domingo, 18 de agosto de 2013

Communicare X: Linguagem de Sinais.







Amigos durante muitos anos os indivíduos portadores de deficiências foram considerados como sendo aberrações da natureza por serem diferentes dos demais membros da sociedade. Entre estes estavam os surdos que sofreram vários atos hostis praticados por pessoas ignorantes. Contudo, no século XX, as coisas começaram a mudar, principalmente com a promulgação, em 1948, da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Além disto, sem dúvida alguma, um dos fatores que auxiliam para inserção de uma pessoa ou grupo em uma sociedade é uma boa comunicação com os demais membros que compõe a mesma. Daí vem à importância da chamada Língua de Sinais ou Gestual para as pessoas com surdez, porque através dela os surdos são capazes de se relacionar com os demais expressando suas opiniões e pontos de vista.

 A língua de sinais ou gestual representa um campo ainda a ser descoberto pela maioria das pessoas. Como o próprio nome já define é uma língua que se utiliza de gestos, sinais e expressões faciais e corporais, em vez de sons na comunicação. Sendo as línguas naturais de cada comunidade de surdos, ao redor do globo. Há no mundo muitas línguas de sinais usadas como forma de comunicação entre pessoas surdas ou com problemas auditivos. Muitas delas receberam reconhecimento oficial em vários países.

A língua de sinais é uma língua natural como qualquer outra que o indivíduo usa para se comunicar, identificar e participar ativamente na sociedade. Promovendo, assim, o pleno potencial e o bem-estar da população surda.

Não se sabe quando as línguas de sinais se iniciaram, mas sua origem remonta possivelmente a épocas anteriores àquelas em que foram sendo desenvolvidas as línguas orais. Sendo criações espontâneas do ser humano foram se aprimorando com o passar do tempo, exatamente da mesma forma que as línguas orais.

Cada país tem a sua própria língua gestual, como por exemplo, no Brasil existe a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), em Portugal existe a Língua Gestual Portuguesa (LGP), em Angola a Língua Angolana de Sinais (LAS), em Moçambique a Língua Moçambicana de Sinais (LMS), nos Estados Unidos a Língua Americana de Sinais (ASL) ou Ameslan, na Grã Bretanha a Linguagem Britânica de sinais (BSL) e na França a Linguagem Francesa de sinais (LSF), entre outras em vários países ao redor do mundo. Aliás, a LSF é a origem para muitos dos sinais usados pelas demais línguas.

Um fato interessante, curioso e que pode parecer estranho para quem não entende a linguagem dos sinais, mas os países que possuem a mesma língua falada não têm necessariamente uma linguagem de sinais em comum. Bem como, embora existam aspectos universais, pelos quais se regem todas as línguas de sinais ao redor do globo, a comunicação gestual dos surdos não é universal. As línguas de sinais, assim como as orais, pertencem às comunidades onde são usadas, tendo apresentado diferenças consideráveis entre elas, o que provavelmente provocaria dificuldades de comunicação entre surdos de nações diferentes.

A língua de sinais é importante para a comunidade surda, porque elas fazem parte dos elementos que fortalecem a sua identidade ampliando suas oportunidades de participação social. Além disso, o seu uso questiona a noção de que os surdos são pessoas com deficiência.

Ela deve ser ensinada desde a idade mais precoce para que a criança surda tenha a capacidade de se comunicar em casa, bem como socialize com seus amigos, usando uma linguagem natural acessível ao canal visual-gestual.

O desenvolvimento gradual da língua de sinais auxilia na aprendizagem da linguagem escrita escolar, que é bem mais complexa. A língua de sinais é essencial para a realização de atividades acadêmicas, tais como análise, síntese e avaliação. Inicialmente, a pessoa surda desenvolve sua formação acadêmica cognitivo em língua de sinais transferindo em seguida para a linguagem escrita. A prática faz uma pessoa traduzir automaticamente a partir de uma língua para a outra e dominar as duas em cerca de quatro anos. (No próximo post estarei escrevendo mais detalhadamente sobre a utilização da língua de sinais na vida acadêmica de uma pessoa surda, bem como, o seu relacionamento com os demais que não a usam).

Concluindo, diferentes estudos apontam que os seres humanos têm uma capacidade inata para a linguagem humana, ou seja, de qualquer forma eles tentam se comunicar criando os códigos necessários para isso. Outra conclusão é que a variação de línguas de sinais é bem ampla. No entanto, o progresso no estudo das mesmas permite uma maior normalização diminuindo assim as diferenças, o que proporciona as pessoas surdas um padrão acadêmico a ser seguido.

A importância no estudo das línguas de sinais também é vital para compreendermos os fenômenos universais de linguagem, bem como, o seu relacionamento com processos cognitivos humanos.

Amigos a Língua de Sinais deve ser utilizada tanto pelos surdos, como também, pelas pessoas que convivem com os mesmos e no meu ponto de vista, ela deveria ser ensinada para todos os demais membros da sociedade.


Luís Fernando Bruno

2013

2 comentários:

  1. I think sign language has been wonderful for the deaf community and I have learned a little over the years... not enough to communicate effectively but a little.

    ResponderExcluir
  2. Congratulations Launna, you are really special ... as I wrote in the text, everyone should learn sign language. This text is the first of many I will write about it. :)

    ResponderExcluir