segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Communicare XI: o uso da Língua de Sinais na Escola.







Caros amigos, como prometido volto a escrever sobre o uso da língua de sinais, abordando mais precisamente sobre a sua utilização na escola.

Como vimos em Communicare X: Linguagem de Sinais é através da língua gestual que as pessoas surdas se comunicam com os outros membros da sociedade. Mas, como será o seu uso na escola e no relacionamento entre surdos e ouvintes?

Para começar a responder essa questão, devemos comentar que em todo país que se diz civilizado, a educação é um direito de toda criança, adolescente ou adulto que tenha ou não alguma dificuldade, sendo este direito garantido na constituição.

Apesar disto, durante muito tempo, a alfabetização de crianças com algum tipo de deficiência foi feita em escolas especializadas, como por exemplo, para deficientes: auditivos, visuais, entre outros. Esse fato por um lado garantia uma escola com profissionais capacitados para trabalhar com este público alvo. Contudo, isto também privava a criança, adolescente ou jovem com deficiência de socializar com os demais que não eram deficientes. O que poderia causar um grande trauma na cabeça dos mesmos por se sentirem diferentes ou excluídos.

Para minimizar o efeito desta situação, surgiu à ideia de se implantar a educação inclusiva, baseada em uma escola onde cada um pudesse procurar a plenitude do seu existir participando ativamente na construção de sua vida pessoal, tendo uma existência feliz e de qualidade.

Com certeza, este tipo de escola tem muitas vantagens para as crianças surdas, sendo ideal não só para o seu desenvolvimento intelectual, como também em termos sociais  porque elas estarão se comunicando diariamente com as crianças ouvintes.

Logicamente, essa inclusão implica também em uma mudança de paradigmas, de conceitos e costumes que fogem as regras do ensino tradicional. A ideia no papel pode ser genial, porém, a escola deve estar adequada ao público a ser atendido, tendo profissionais adequados e espaços direcionados às determinadas deficiências. Respeitando também os limites do educando e desenvolvendo uma real integração social na comunidade em que vivem.

O professor deve orientar a classe tentando integrar, tanto quanto possível, a criança surda com o resto de seus companheiros. Tentando evitar possíveis situações constrangedoras e divisões dentro da sala de aula. Discutindo, abertamente, sobre as diferenças, afinal nem os dedos das mãos são iguais.

Como ocorre no início com toda mudança a ser implantada,  ainda existe uma resistência de ambas as partes, ou seja, família do aluno que fica receosa em deixar o filho enfrentar essa nova situação de vida, como por parte das escolas que alegam não possuir profissionais especializados ou acessos  e acomodações físicas adequadas para atender o novo público.

Contudo, a inclusão é um caminho sem volta, somente através dela poderão ser superadas as barreiras impostas pela exclusão social em seu sentido mais amplo. Assegurando a todos o direito sagrado da educação, usando de todos os meios possíveis para superar as dificuldades que por ventura possam surgir. Respeitando as diferenças e procurando melhorar continuamente a vida do educando.

Segundo muitos especialistas, a inclusão deve ocorrer desde o ensino infantil, estimulando assim o uso dos recursos que os alunos com deficiência auditiva necessitam para ultrapassar as barreiras impostas pelo processo educacional. Podendo com isso, futuramente, fazer o uso consciente tanto de seus direitos escolares, como os capacitando a exercer a sua plena  cidadania.


Concluindo, muitos questionamentos acerca da inclusão ainda vão surgir. Fato este muito positivo, visto que ideias, sugestões e críticas construtivas sempre serão bem vindas.


Luís Fernando Bruno

2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário